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Empresa denunciada por corrupção tenta manobra com TCE para assumir a coleta de resíduos na capital

No mesmo dia em que a Polícia Civil de Florianópolis indiciou os proprietários da Amazon Fort por corrupção e fraude em licitações, o Tribunal de Contas de Rondônia pressionava a Prefeitura a assinar contrato emergencial com a empresa para gerenciar os resíduos da cidade. A Câmara já havia barrado a manobra.
A Polícia Civil de Florianópolis indiciou os empresários Carlos Antônio de Souza e Yuri Vieira de Souza, sócios da empresa Amazon Fort, por crimes de corrupção ativa, fraude em licitações públicas e pagamento de propina a ex-secretários municipais. O inquérito concluiu que o grupo teria repassado cerca de R$ 500 mil em vantagens indevidas para garantir contratos de resíduos sólidos na capital catarinense.
O indiciamento foi formalizado na sexta-feira (4), mesma data em que o Tribunal de Contas de Rondônia (TCE-RO) emitiu parecer pressionando a Prefeitura de Porto Velho a assinar contrato emergencial com a Amazon Fort para gerenciar, em caráter emergencial, a coleta de resíduos da capital, que não foi acatada pelo prefeito.
Câmara barrou contrato emergencial
A tentativa de entregar o serviço de coleta de resíduos de Porto Velho à Amazon Fort havia sido suspensa pela Câmara Municipal. Por meio do Decreto Legislativo nº 601/2025, aprovado em julho, os vereadores determinaram a sustação do contrato emergencial nº 028/PGM/2025, firmado sem licitação.
A decisão legislativa foi comunicada oficialmente ao Executivo e cumprida pelo prefeito Leonardo Moraes, que se recusou a assinar o contrato emergencial, mesmo diante da pressão do TCE. O decreto permanece em vigor e foi reconhecido pela Justiça como válido, mantendo a eficácia da PPP existente para garantir a continuidade do serviço.
Histórico de irregularidades
Além do indiciamento em Santa Catarina, a Amazon Fort acumula histórico de polêmicas em outros estados. A empresa já foi responsabilizada por abandono de contratos no Acre, alvo de autuações em Rondônia e chegou a ter dirigentes acusados de ameaçar o então prefeito Hildon Chaves em Porto Velho.
A Amazon Fort é a dona do atual aterro de resíduos, que onera os cofres públicos com uma das maiores taxas do país, enquanto o CTTR Porto Velho não for retomado e entregue dentro da PPP vigente.
