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Polícia

GOLPE DO PIX: Apresentador do ‘Alô Juca’ é denunciado por desviar dinheiro arrecadado de doações para famílias vulneráveis

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A reportagem exibida pelo programa Domingo Espetacular, da Record, na noite deste domingo (16), apresentou depoimentos das vítimas do “escândalo do Pix”, um esquema de desvio de doações em um programa de TV da sua afiliada na Bahia. Segundo a investigação, os envolvidos arrecadaram R$ 543 mil e teriam desviado mais de R$ 407 mil entre 2022 e 2023 pelo então repórter Marcelo Castro e o editor-chefe do programa, Jamerson Oliveira.

Uma das vítimas foi Lucileide Souza de Jesus, mãe do menino Miguel, que sofria de leucodistrofia, condição que o impedia de andar e, por isso, precisava de uma cadeira de rodas adaptadas. Sem condições financeiras para adquirir o equipamento, a mulher aceitou participar de uma reportagem conduzida por Marcelo Castro para arrecadar o valor.

Apesar da esperança de que conseguiria a cadeira de rodas para o filho, Lucileide estranhou a atitude da equipe, que não colocou a chave Pix dela no ar, e sim de outra pessoa, alegando motivos burocráticos. Segundo as investigações, o esquema arrecadou R$ 45 mil em nome de Miguel, mas só repassou R$ 10 mil para a mãe do menino. 

“Eu fui vítima de extorsão, vítima de roubo. Me senti violada, me senti usada, principalmente meu filho”, declarou ao Domingo Espetacular. 

Ao todo, 12 famílias vulneráveis foram enganadas pelo esquema e o dinheiro foi depositado na conta de um dos investigados e, posteriormente, distribuído por meio de pagamentos de boletos e cartões de crédito. 

Induzida a chorar

Outra vítima foi Lucileide Maria Andrede Santos, mãe de Augusto Cesar, que sofre de complicações da hidrocefalia e má-formação da coluna vertebral e precisava de um triciclo motorizado para se locomover e ter mais independência.

De acordo com a mulher, durante a gravação da reportagem para pedir pelas doações, o repórter insistiu para que Augusto Cesar se arrastasse no chão e para que a mãe chorasse de forma forçada, para sensibilizar o público. Ao todo, os envolvidos arrecadaram R$ 30 mil, mas apenas R$ 6 mil foram entregues à família. 

“Falaram: ‘bora deixar ele se arrastar que vai ter mais audiência’, e mandou a gente chorar, mas eu não ia chorar atoa porque eu não via necessidade”, disse à Record. 

A situação também se repetiu com Maria de Fátima dos Santos, que pediu ajuda para contratar um advogado que resolvesse a situação previdenciária de seu falecido marido e só recebeu R$ 3 mil dos R$ 27 mil doados em seu nome, e Larissa Aguiar Reis, mãe atípica que teve o celular roubado em Salvador e foi convidada para participar de uma reportagem para conseguir um novo celular e doações.

Durante a transmissão ao vivo, Larissa foi impedida de informar a própria chave Pix. “Quando eu ia passar, afirmaram que colocariam de uma pessoa de confiança. Quando falou isso, claro que eu aceitei e fiquei tranquila”, relatou. 

As doações ultrapassaram os R$ 17 mil, mas Larissa só recebeu R$ 3 mil. “Tanta repercussão, tanta gente de São Paulo, gente falando comigo que mandou dinheiro. Só esse valor… mas eu não toquei no assunto, não questionei”.

Laranjas

Duas pessoas pessoas usadas como “laranjas” no esquema foram procuradas pelo Domingo Espetacular. Uma deles, identificada como Jackson, afirmou que foi enganado pelos envolvidos no esquema. “Ele pediu meu Pix e eu emprestei. Era cliente, e eu não sabia”, declarou. Ao todo, nove pessoas foram envolvidas como laranjas. 

O processo segue em fase de instrução e todos vão responder por apropriação indébita, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As audiências, marcadas inicialmente para março, foram adiadas e devem acontecer somente em maio de 2026. 

Fonte: BNewus

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