Ao abrir o Fórum Empresarial Arábia Saudita-Brasil, organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em conjunto com o Ministério de Investimentos da Arábia Saudita, o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, ressaltou o potencial da parceria bilateral e disse que o grande desafio da missão liderada pelo presidente Lula naquele país é trabalhar para ampliar o fluxo de comércio bilateral. Viana lembrou que Lula foi o primeiro presidente do Brasil a visitar a Arábia Saudita, em 2009, e que desde então esse fluxo permanece praticamente o mesmo. “São cerca de US$ 5 bilhões nos últimos anos, mas é um número conquistado há 12 anos. O desafio dessa missão é ampliar isso”, afirmou. De acordo com ele, a diplomacia presidencial, resgatada pelo presidente Lula, é o melhor caminho para a abertura de mercados e de ampliação de negócios para o Brasil.
“Nós estamos falando de um país (Arábia Saudita) que tem um dos maiores fundos soberanos para investimento no mundo, e estamos falando do nosso país, que tem talvez as maiores e melhores oportunidades para receber investimentos. Não é à toa que neste ano difícil, em que o volume de investimentos mundial caiu 30%, o Brasil que era o quinto destino de investimentos passou para segundo, atrás apenas dos Estados Unidos”, disse Viana, ao discursar no evento, que teve a participação do presidente Lula.
A viagem do presidente à Arábia Saudita, primeira escala de sua viagem à CPO 28, faz parte do plano do governo federal de expandir os laços estratégicos entre o Brasil e o país árabe. A missão compõe também uma série eventos empresariais organizadas pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) para destinos estratégicos pelo mundo. Na Arábia Saudita, o encontro foi realizado em parceria com o Ministério de Investimentos do país.
Durante o evento, Lula teve a oportunidade de conversar diretamente com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Bin Salman, e reforçou a parceria dos dois países nos BRICS e no G20. Além disso, o presidente convidou o líder saudita para uma visita oficial ao Brasil durante a COP 30, em Belém, em 2025.
“Nós estamos viajando na tentativa de construir parcerias. Não é apenas sobre quanto o fundo da Arábia Saudita pode investir no Brasil, mas também o quanto os empresários brasileiros podem investir na Arábia Saudita. É essa troca e esse novo modo de fazer política externa que pode mudar a face do comércio mundial”, destacou o presidente.
A delegação organizada pela ApexBrasil foi composta por 250 altos executivos e diversas autoridades de governo, tanto brasileiros como sauditas. O setor empresarial foi representado pelos CEOs de grandes companhias, como BRF – Brasil Foods S.A, Friboi (JBS), Minerva, Bom Futuro, Embraer, Vale, WEG Equipamentos Elétricos S.A, Banco BTG Pactual, Pátria Investimentos e XP Investimentos.
O formato do Fórum permitiu que todos os empresários pudessem apresentar seus negócios, abrindo amplos diálogos entre as partes dos dois países. “Todo mundo sai daqui com a certeza de que as relações comerciais vão se abrir e se intensificar. Vemos muitas possibilidades na área de agricultura, em que o Brasil já é muito consolidado, mas também na área de logística, na área de industrialização dos dois países, com trocas de parcerias e tecnologias”, explica Tatiana Riera, chefe do Escritório da ApexBrasil em Dubai.
A delegação brasileira governamental incluiu, além do Presidente da República e do presidente da ApexBrasil, os ministros Rui Costa, da Casa Civil, Fernando Haddad, da Fazenda, Sílvio Costa, dos Portos e Aeroportos, Carlos Fávaro, da Agricultura e pecuária, Alexandre Silveira, de Minas e Energia, além de Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República, Aloízio Mercadante, presidente do BNDES, e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Federal.
Relação bilateral
A realização deste Fórum dá continuidade à soma de esforços da ApexBrasil e do governo do presidente Lula para estreitar as relações entre os dois países com vistas à abertura de novos mercados.
Em 2023, as relações econômicas e de negócios ganharam novos e promissores rumos. O Fórum de Investimentos Brasil-Arábia Saudita, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Invest Saudi – agência saudita de investimentos, recebeu mais de 100 empresários e autoridades sauditas, propiciando a retomada das negociações entre os países. Já em setembro, durante encontro da Cúpula do G20 na Índia, o presidente Lula se reuniu com Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita, selando o interesse mútuo na ampliação de negócios.
Atualmente, a Arábia Saudita é o principal parceiro comercial do Brasil no Oriente Médio, com corrente de comércio de US$ 8,2 bilhões em 2022. Com um Produto Interno Bruto de US$ 1,1 trilhão, o país tem a maior economia do Oriente Médio e a 17ª do mundo.
A entrada no BRICS, os investimentos do governo previstos no Plano Visão 2030 e as reformas sociais que vêm sendo estimuladas pelo príncipe-herdeiro deverão criar novas oportunidades que impactarão a expansão da economia. Em 2022, a Arábia Saudita apresentou crescimento entre 7% e 8%, destaque entre as maiores economias do mundo.
Segundo o governo saudita, a diversificação é objetivo central no planejamento do país, tendo em vista a sua alta dependência da indústria de Petróleo e Gás, a qual enfrenta desafios frente à emergência de energias renováveis, fundamentais para a transição energética e climática do planeta. A busca pela diversificação econômica, a inflação moderada e as taxas de juros em queda impulsionam o consumo, criando crescente demanda por produtos internacionais. Ademais, o PIF, fundo soberano da Arábia Saudita, tem ativos de mais de US$ 700 bilhões espalhados pelo mundo e busca investimentos seguros e rentáveis.
Fonte: Apex Brasil