Política
CPMI: relator e ex-presidente do INSS batem boca e apontam o dedo

O relator da CPMI do INSS, o deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), e o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto bateram boca e apontaram o dedo um ao outro durante a oitiva do ex-servidor nesta segunda-feira (13/10), levando a suspensão da sessão por alguns minutos.
A Farra do INSS
- O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
- As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela PF e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela corporação na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23 de abril e que culminou nas demissões do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.
A ida de Stefanutto à CPMI começou com truculência. O ex-presidente da previdência social se recusou a responder a primeira pergunta feita pelo relator, que questinou a data em que ingressou ao serviço público, alegando que poderia ser autoicriminatória por Gaspar ter feito “pré-julgamentos” sobre Stefanutto antes. Gaspar ameaçou prisão em flagrante por violar as regras do habeas corpus. Líderes da CPMI negociaram com seu advogado para dar seguimento à sessão.
Mais cedo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, concedeu um Habeas Corpus ao ex-presidente do INSS, permitindo que ele permanecesse em silêncio ao responder perguntas que poderiam autoincriminá-lo.
Em determinado momento, Alfredo Gaspar questiona Stefanutto a respeito de uma reportagem sobre um advogado pedindo propina para empresas em nome do ex-presidente do INSS. Stefanutto nega e diz que a pergunta é desrespeitosa.
“Me respeite, rapaz, sendo cabeça do maior roubo de aposentados e pensionistas”, disse Gaspar. A sessão, então, foi suspensa a pedido do advogado de Stefanutto. Na saída da mesa, o ex-presidente do INSS disse: “me respeite” e levantou o dedo ao se dirigir ao relator, que devolveu o gesto.
Integrantes da Oposição pediram prisão de Stefanutto por desacato, mas foi vetado pelo presidente do colegiado, Carlos Viana (Podemos-MG).
Fonte: Metrópoles
